Eles estavam sentados em uma mesa no canto mais reservado do estabelecimento. O lugar era um bar simples mas limpo, pouca iluminação, apenas o suficiente para enxergar o rosto de alguém que se sentasse perto. Claro que eles não estavam perto demais. Ela usava um vestido de linho branco um pouco acima do joelho; elegante e discreto para a ocasião. A cor neutra da roupa contrastava com o vermelho escuro dos cabelos. Ele usava terno e gravata, mostrando que era um homem de negócios. _Você é menos assustador do que eu imaginava. A Ruiva realmente esperava alguém mais sombrio do que aquele homem de cabelos negros e olhos acinzentados. _ Você é mais bonita do que eu me lembrava. - Ele sabia quem ela era, mas, realmente andava tão ocupado com os negócios que, às vezes, deixava passar alguns detalhes. _ Mas, eu preferia seu cabelo na cor natural. Castanho não é? A raiz já está aparecendo - disse O Homem e em seguida se arrependeu. Apesar das circun...
Não é menina, é menino... Roupas compradas, um mar cor de rosa que inundava os dias dessa contadora de histórias em fração de segundos se desfaz... Como é que se muda assim uma coisa certa desde que o mundo é mundo? Primeiro não tinha nascido para ser mãe. Depois, quando ela se acostumei à ideia pensa em adotar, meia dúzia de crianças já prontinhas, esperando por uma família. Um belo dia a contadora de histórias conhece um homem com cara de menino que quer ser pai, e fala assim, logo no segundo encontro: "Não estou com você para brincar, vamos casar e ter filhos". Ele pode ser um psicopata, pensa ela; pode ser louco; ou, pode estar apaixonado. A terceira opção mostrou-se verdadeira. Anos depois, ela começa a se acostumar com a ideia e já escolheu o nome da filha, já que, se tem que ser mãe, será de uma menina. O mundo é machista, diz ela; apenas uma filha vai entender o que é ser mãe. Vai ser minha amiga e, claro, dar continuidade ao círculo da bruxaria iniciado há dezoito an...