Pular para o conteúdo principal

É tempo de aprender


De todas as coisas preciosas que podemos pedir, existe uma que sobrepõe-se a todas as outras: tempo.
Tempo para rir de algo engraçado ou para esvaziar o coração através das lágrimas; tempo para dormir até tarde em uma manhã de domingo em que a chuva cai e faz barulho nas janelas, trazendo o inverno mais pra perto. Tempo para aproveitar um dia de sol antes dele se pôr. Tempo para um beijo a mais, só mais um.
Tempo para olhar o rosto daqueles que amamos e torcer, como nunca, para que todos tenham mais tempo e estejam aqui quando acordarmos.
Tempo para experimentar mais sabores de sorvete, mais comidas estranhas, mais bebidas elaboradas ou para comer, de novo, nosso sanduíche favorito.
Tempo para conhecer outros lugares, outras pessoas, outras vidas e fazer parte delas. Tempo para deixar uma vida triste para trás e começar outra, novinha em folha.
Tempo para os amigos. Tempo para o amor.
Tempo para se desculpar com todos aqueles que magoamos e, quem sabe, ouvir um pedido de desculpas de quem tanto nos fez sofrer.
Tempo para perdoar. Tempo para ser perdoado.
Muitas vezes, a vontade de ter mais tempo se transforma também na vontade de voltar atrás, de fazer diferente, de falar o que ficou preso na garganta, de tentar de novo. Ou, de fazer tudo igual, só pra viver os mesmos momentos outra vez.
Tempo para aprender.
Para aprender a cozinhar, a lutar kung-fu ou para amar mais e melhor.
Tempo para viver. Tempo para aprender.

Comentários

Laís Serrão disse…
Preciso tanto de tempo, tanto.

Adorei o blog, Paula Elisabete. Beijo.

Postagens mais visitadas deste blog

A fada Sabrina

Era uma vez uma menina que acreditava em contos de fadas. Ela acreditava que todas as meninas eram princesas e que os príncipes eram homens valentes e destemidos, que salvavam as donzelas em perigo e assim os dois viveriam felizes para sempre. Em sua cabeça, ela era uma princesa, no entanto, foi batizada com nome de fada: Sabrina. O tempo passou e a menina cresceu. Vaidosa e delicada enfeitava-se com pedras brilhantes e cores da moda, os olhos castanhos sempre maquiados, os cabelos ruivos parecendo fogo brando emoldurando o rosto de aparência sempre jovem e com sardas, a princípio renegadas, mas que aumentavam sua beleza. Beijou alguns sapos na esperança de que eles se transformassem em lindos homens, mas, contrariando as histórias, na vida real sapos são sempre sapos. Um dia a princesa com nome de fada conheceu a contadora de histórias, jamais duas pessoas foram tão diferentes. A contadora de histórias já havia conhecido algumas princesas e ela não se parecia com uma. Lembrava mais um...

A Negociação

Eles estavam sentados em uma mesa no canto mais reservado do estabelecimento. O lugar era um bar simples  mas limpo, pouca iluminação, apenas o suficiente para enxergar o rosto de alguém que se sentasse perto. Claro que eles não estavam perto demais. Ela usava um vestido de linho branco um pouco acima do joelho; elegante e discreto para a ocasião. A cor neutra da roupa contrastava com o vermelho escuro dos cabelos.  Ele usava terno e gravata, mostrando que era um homem de negócios.  _Você é menos assustador do que eu imaginava. A Ruiva realmente esperava alguém mais sombrio do que aquele homem de cabelos negros e olhos acinzentados.  _ Você é mais bonita do que eu me lembrava. -  Ele sabia quem ela era, mas, realmente andava tão ocupado com os negócios que, às vezes, deixava passar alguns detalhes.  _ Mas, eu preferia seu cabelo na cor natural. Castanho não é? A raiz já está aparecendo - disse O Homem e em seguida se arrependeu. Apesar das circun...

Perguntas e Respostas

Era uma vez uma menina que não entendia muito bem o mundo à sua volta. Quando pequena, já pensava com cabeça de gente grande e não conseguia compreender muito bem porque as pessoas às vezes eram más, ou pareciam más; ela também não entendia porque palavras duras e grosseiras eram consideradas brincadeiras. Cresceu vendo coisas que crianças normais não viam, ou pelo menos não deveriam ver; ouvia coisas que ninguém deveria ouvir, mas, apesar de tudo, em sua mente haviam vozes mais fortes... Essas vozes lhe falavam de lugares que conheceria, amigos que encontraria e vidas que passariam a fazer parte da sua. A menina cresceu e continuou sem entender o mundo à sua volta, mas, como era curiosa, ficava cada vez mais atenta, sabia cada dia mais coisas e já não chorava quando ficava triste. Preenchia seu coração com palavras de outras pessoas e as vozes em sua cabeça lhe contavam de mundos mágicos, amores eternos e aventuras inimagináveis... Quando se apaixonou pela primeira vez, de verdade, nã...