Gabriela morreu aos sete anos. Morreu cercada por sua família, cercada de amor e afeto, carinho e preocupação. Apesar de sua respiração ofegante, de seus espasmos que significavam dor e dificuldade em controlar o corpo, de alguma forma ela sabia que era amada, que sua falta seria sentida imensamente e que a vida de todos naquela casa amarela nunca mais seria a mesma. Gabriela morreu em uma tarde sábado, cercada por seu pai, sua mãe, seus dois irmãos emprestados e seu amigo Homero. Morreu nos braços de seus dois irmãos e da menina que contava histórias, amiga da família de Gabriela desde sempre.
Quando respirou pela última vez, a sala em que estava deitada em um colchão se encheu de lágrimas, soluços e saudade.
Quando Gabriela se foi, a menina de olhos cor de céu decidiu que ela ficaria alí, na casa amarela. Ela foi enterrada no pomar, embaixo da roseira da família, com uma flor e seu brinquedo favorito. A menina que contava histórias estava lá e ajudou a remover um pouco da terra ao redor, com dor no coração e tristeza nos olhos, no entanto, não havia outro lugar no mundo em que ela gostaria de estar. "Cuidar de nossos vivos, enterrar os nossos mortos," ouvira certa vez.
Gabriela morreu jovem demais. Tinha sete anos, se fosse gente teria 49. Jovem demais.
Se fosse gente, seria uma mulher alta e vistosa, com cabelos cor de caramelo e vaidade sem limites. Se fosse gente, sua cauda estabanada não derrubaria todos os objetos que encontrasse pela frente e ela certamente não deixaria todas os visitantes que iam até a casa amarela molhados de saliva, mas adoraria distribuir beijos por onde quer que fosse e em todos aqueles que ela julgasse seus amigos.
Se Gabriela fosse gente, talvez não saísse correndo pelo enorme quintal atrás de tudo o que se movesse ou aparecesse. Talvez não roubaria a atenção do amigo Homero, talvez não se assustasse com trovões e fogos de artifício. Talvez não espalhasse pêlos pelos quatro cantos do mundo ou não fosse extremamente amorosa e companheira, talvez não levantasse às cinco da manhã para ficar aos pés de seu pai enquanto ele fazia os melhores quitutes do mundo.
Ou talvez ela fizesse tudo isso e mais um pouco.
Talvez se Gabriela fosse gente e não cachorro, o mundo seria um lugar bem melhor.
Quando respirou pela última vez, a sala em que estava deitada em um colchão se encheu de lágrimas, soluços e saudade.
Quando Gabriela se foi, a menina de olhos cor de céu decidiu que ela ficaria alí, na casa amarela. Ela foi enterrada no pomar, embaixo da roseira da família, com uma flor e seu brinquedo favorito. A menina que contava histórias estava lá e ajudou a remover um pouco da terra ao redor, com dor no coração e tristeza nos olhos, no entanto, não havia outro lugar no mundo em que ela gostaria de estar. "Cuidar de nossos vivos, enterrar os nossos mortos," ouvira certa vez.
Gabriela morreu jovem demais. Tinha sete anos, se fosse gente teria 49. Jovem demais.
Se fosse gente, seria uma mulher alta e vistosa, com cabelos cor de caramelo e vaidade sem limites. Se fosse gente, sua cauda estabanada não derrubaria todos os objetos que encontrasse pela frente e ela certamente não deixaria todas os visitantes que iam até a casa amarela molhados de saliva, mas adoraria distribuir beijos por onde quer que fosse e em todos aqueles que ela julgasse seus amigos.
Se Gabriela fosse gente, talvez não saísse correndo pelo enorme quintal atrás de tudo o que se movesse ou aparecesse. Talvez não roubaria a atenção do amigo Homero, talvez não se assustasse com trovões e fogos de artifício. Talvez não espalhasse pêlos pelos quatro cantos do mundo ou não fosse extremamente amorosa e companheira, talvez não levantasse às cinco da manhã para ficar aos pés de seu pai enquanto ele fazia os melhores quitutes do mundo.
Ou talvez ela fizesse tudo isso e mais um pouco.
Talvez se Gabriela fosse gente e não cachorro, o mundo seria um lugar bem melhor.
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